Museu Brasileiro da Escultura (Mube) no Jardins O Museu Brasileiro da Escultura (Mube) no Jardins, é um projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Permanece aberto à visitação de terças-feiras a domingos, das 10h às 19h horas.
O projeto foi escolhido em concurso fechado para a construção do que seria o "Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia", sendo que a ecologia foi, depois, deixada de lado. A história da sua criação é muito interessante pois, ao ser anunciada a construção no local de um shopping center, os moradores do bairro, um dos mais nobres da capital paulista, se reuniram e, usando o peso de sua influência política e poder econômico, conseguiram sepultar a idéia do centro de compras e, em seu lugar, criar o museu. O Museu Brasileiro da Escultura quase todo enterrado, insere-se na paisagem entre jardins criados por Burle Marx. A construção do museu se estendeu por mais de dez anos e é considerado pelos críticos a grande figura da arquitetura brasileira da década de 90. O problema do Museu Brasileiro da Escultura é a contradição entre sua proposta e seu uso efetivo pois, criado sem nenhum acervo, ao longo de sua existência o espaço contou com alguns curadores. Atualmente tem em sua programação cultural cursos(Arte Educação), recitais de piano e feira de Antiguidades. O Projeto ArquitetônicoPaulo Medes da Rocha propõe para Museu Brasileiro da Escultura (1987) um espaço solene e moderno, inserido em uma localização que faz do projeto, desde o início, uma expressão contestadora: o bairro jardim das grandes mansões da cidade, o Jardim Europa. O programa, praticamente inexistente, permite um partido simples e provocador. O edifício é alterado já nas primeiras semanas depois de sua inauguração com a implantação de grades na praça livre do térreo. O programa reduzido, praticamente todo desenvolvido pelo próprio escritório do arquiteto, permitiu que a construção acontecesse sobretudo no subsolo do terreno. O único elemento construído no térreo, além do vazio da praça, dos espelhos d’água e os caminhos e escadas de aproximação do interior (também pensadas como possível auditório aberto), é o grande pórtico de concreto aparente que delimita um marco, um monumento moderno e sintético. O terreno num cruzamento de ruas e em declive foi também decisivo para o projeto. A relação com as duas ruas na esquina possibilitou a implantação do pórtico de concreto com perfeição visual para pedestres e carros. O desnível permitiu uma entrada na mesma cota da rua e um programa construído no subsolo, sem que o deslocamento exagerado de terra inviabilizasse o projeto. Apesar disso o projeto apresenta uma certa complexidade construtiva. A quantidade de terra removida foi bastante grande e o lençol freático, localizado em uma cota alta, foram desafios para a sua realização. A perfeição construtiva perpassa também o grande e esbelto pórtico, que apóia-se com delicadeza sobre os pilares. A contra-flecha projetada e conseguida a partir do concreto protendido, corrige tanto uma imperfeição do olhar (que tenderia a ver a viga com uma leve barriga para baixo), como a possível ação indesejada do tempo (que provoca o aumento da flecha) e o “embarrigamento” da estrutura. A iluminação da praça é reproposta, reinventada, de uma iluminação tradicional de praças: ao invés de pequenos e numerosos postes, o arquiteto trabalha com um único, alto e cenográfico, e que pode, com seus refletores, buscar diversos elementos espalhados pelo terreno. Paulo Mendes propõe com o Museu Brasileiro da Escultura mesmo que de maneira sugestiva e metafórica, uma revisão da história americana construída para poucos e por poucos. A grande praça, aberta e democrática, lugar de encontro, opõe-se às casas, ostentações do espaço privado, sugerindo uma discussão claramente política através do traço poético da arquitetura, através da emoção e das possibilidades de construção do espaço. Horário de Funcionamento
Museu Brasileiro da Escultura (Mube) no Jardins
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